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Baía de Guanabara

A Baía de Guanabara é um dos mais importantes ecossistemas do Rio de Janeiro. Além de possuir exuberante beleza, sua história é marcada pelos impactos derivados ao uso-exploração dos ecossistemas, que está inteiramente interligado com o processo de urbanização-ocupação da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Localizada na região metropolitana, sua bacia hidrográfica possui extensão de aproximadamente 4.200km, se estendendo totalmente/parcialmente pelos seguintes municípios: Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Duque de Caxias, São João de Meriti, Magé, Petrópolis, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, Rio Bonito, Teresópolis, Cachoeiras de Macacu, Tanguá e Maricá. 
Como afirma (SILVA, 2021), a baía de Guanabara funciona como um “ralo” por onde escoa água de uma área dez vezes maior que sua lâmina d’água, ou seja, possui grande descarga hidráulica de suas bacias hidrográficas, sendo as principais: Bacia de Botafogo; Bacia do Rio Carioca; Bacia do Canal do Mangue; Bacia do Canal do Cunha; Bacia do Rio ramos; Bacia do Rio Irajá. Bacia do Acari; Bacia dos rios Pavuna-Meriti; Bacia dos rios Iguaçu-Sarapuí; Bacia dos Rios Estrela-Inhomirim; Bacia hidrográfica do Rio Macacu; Bacia do Rio Caceribu; Bacia dos rios Guaxindiba-Alcântara (AMADOR, 2012).
Sua bacia hidrográfica está inserida no litoral das escarpas cristalinas, e se estende do Norte do estado do Rio de Janeiro ao Cabo de Santa Marta (SC). A marcante presença do embasamento cristalino quando mais próximo ao oceano acaba formando pontões, costões rochosos e ilhas, como o morro do Pão de Açúcar, e, quanto mais adentro do continente, formam-se paredões, como a Serra do Mar.
Sua feição morfológica, denominada como vale de rios afogados, possui a característica de uma troca entre água doce e água salgada, gerando a água salobra, e sedimentos de origem fluvial, marinha e fluvio-coluvial. Predominam-se os sedimentos mais finos devido ao transporte gerado pela variação local do nível do mar (maré), derivados dos corpos d’água que ali desaguam, influindo na coloração da água que se torna mais “lamosa”. Por ser uma formação costeira semi fechada, isto é, além da interação com o oceano, possui grande relação com a morfologia continental, ondas de baixa energia e grande influência da maré, categorizando-a como um ambiente estuarino.
Teve como modulador paisagístico sua rede de drenagem, sua morfologia de origem era formada por duas sub-bacias separadas por um divisor topográfico correspondente a Serra da Palha - Magé. Após um importante falhamento em blocos que ocorreu durante o período do Paleoceno (66 a 23 ma), o segmento das bacias fora rebaixado a nível do mar, sendo “invadido” pelo oceano em sua parte mais profunda, formando a lâmina d’água da Baía de Guanabara, enquanto os terrenos que a cerceiam foram sendo preenchidos com sedimentos, formando as baixadas e as feições horizontais e sub-horizontais das bacias sedimentares do tipo rifte de São José de Itaboraí e de Macacu, originando a feição tectono-estrutural do Gráben (ou rifte) da Guanabara (SILVA, 2021).

Compreendendo os aspectos físicos que envolvem o sistema natural da BHG, a partir do programa de monitoria de geomorfologia costeira da FEBF, foi elaborado o Mapa GeoAmbiental da Baía de Guanabara através da plataforma Google My Maps (acesse abaixo), com o objetivo de construir uma percepção geográfica a partir da identificação dos diferentes tipos de impactos ambientais, de forma interativa e gratuita.

 

 

 

 

 

 

 

Referências: 

AMADOR, Elmo da Silva, Bacia da Baía de Guanabara: características geoambientais, formação e ecossistemas - Rio de Janeiro: Interciência, 2012

 

SILVA, T.M. A Geomorfologia do Entorno da Baía de Guanabara. In: Baía de Guanabara: um ambiente em transformação, FONSECA, E.M., BAPTISTA NETO, J.A. e POMPERMAYER, F.C. L. (orgs). Rio de Janeiro: Ape’Ku, Capítulo 4, p. 95-120, 2021.

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