APA Gericinó-Mendanha
A APA de Gericinó/Mendanha teve sua criação autorizada pela a Lei Estadual 1.331, de 12 de julho de 1988, e foi efetivamente implantada pelo Decreto nº 38.183, de 05 de setembro de 2005. Sua área abrange território ocupado pelas serras de Madureira, Marapicu, Gericinó e Mendanha, formando um conjunto¹, e tem como objetivo “assegurar a proteção do ambiente natural, das paisagens de grande beleza cênica e dos sistemas geo-hidrológicos da região, que abrigam, em área densamente florestada, espécies biológicas raras e ameaçadas de extinção, bem como chaminés vulcânicas e nascentes de inúmeros cursos d’água contribuintes do Rio Guandu que abastece de água os municípios do Rio de Janeiro e da região do Grande Rio”.
Ainda em 2005, a APA do Gericinó-Mendanha foi subdividida em seis zonas ambientais e teve seu Plano Diretor decretado pelo então vice-governador e secretário de Meio Ambiente Urbano, Luiz Paulo Conde. O lançamento dos planos diretores dessa APA era reinvidicado desde 1988, além do Corredor Ecológico Sambé/Santa Fé² que têm por finalidade ampliar o conhecimento sobre as características socioambientais da APA e do Corredor, e também por proporcionar condições para preservar os seus recursos naturais. O maciço³ do Gericinó inclui o Morro do Marapicu e as Serras do Mendanha, do Gericinó e de Madureira – influi nos microclimas do seu entorno, seja pelo relevo*¹, que atua como barreira à passagem de ventos e de massas úmidas, seja pela presença das matas, que contribuem para a absorção de calor e para o nível de umidade do ar. A vegetação original da APA do Gericino-Mendanha é composta pala Mata Atlântica, que ao longo dos anos foi sendo devastada pelo intenso processo de ocupação humana, através da expansão das atividades rurais e urbanas, que foram modificando a sua paisagem.
Em relação à hidrografia, a APA do Gericinó-Mendanha situa-se entre as duas grandes bacias da Região Metropolitana do Rio de Janeiro – a bacia da Baía de Guanabara (representada pelos rios Iguaçu e Sarapuí) e a bacia da Baía de Sepetiba (representada pelo Rio Guandu).
Sobre a fauna, embora estudos ainda venham sendo realizados, a APA do Gericinó-Mendanha possui uma grande importância biológica devido à elevada diversidade de ambientes. Apesar disto, pesquisas revelam territórios alimentares e de reprodução de animais.
No território da APA do Gericinó-Mendanha são identificados vários tipos de uso e ocupação do solo como: áreas de mata com visitação, sítios agrícolas, áreas de plantação de bananeiras, sítios de lazer, áreas de reflorestamento, áreas de pedreiras, áreas de expansão urbana de média e renda baixa e áreas de mata sem visitação.
Dentro da APA do Gericinó-Mendanha, encontramos o Parque Natural do Gericinó pertencente ao território do Município de Nilópolis, que teve esse espaço reivindicado há mais de 20 anos.
¹ O conjunto Marapicu/Madureira/Gericinó/Mendanha tem a direção aproximada sudoeste-nordeste com quase 3 km de largura na parte central, e 10 km de comprimento. O ponto culminante desse conjunto atinge 974 metros e se localiza na Serra de Madureira.
² Corredores ecológicos são obras do engenho humano que têm por objetivo estabelecer ou manter a comunicação da sociobiodiversidade entre diferentes fragmentos florestais e matas nativas remanescentes, protegidos ou não em unidades de conservação, e inscritos em uma mesma microbacia.
Fonte: Brasil, Anna Maria e Santos, Fátima. O ser humano e o meio ambiente de A a Z: dicionário -4 ed.rev e ampl - São Paulo, SP: Brasil Sustentável Editora, 2010.
³ O maciço foi formado por um fenômeno geológico de ruptura das rochas, ocorrido entre 72 a 42 milhões de anos. Na extremidade da Serra de Madureira, em Nova Iguaçu, ocorrem os vestígios daquele fenômeno – o Vulcão de Nova Iguaçu. No Marapicu encontra-se a Chaminé do Lamego – uma outra estrutura vulcânica, testemunha dos fenômenos de vulcanismo ocorridos naquele trecho da terra fluminense.
*¹ O relevo da área da APA apresenta vários compartimentos, englobando serras, topos de morros com variadas altitudes, linhas de cumeadas divisoras de águas, encostas de maior e menor declive, colinas, morros isolados, vales e planícies de rios.